A discussão sobre a adoção de uma segunda camisa para a seleção brasileira,
com a cor vermelha, provoca agitação. A briga visa o ano de 2026, de eleição
presidencial e da Copa do Mundo.
Desde sua adoção após a derrota na Copa do Mundo de 1950, a camisa
amarela tornou-se sinônimo de sucesso, associada a nomes lendários como
Pelé e Garrincha.
A proposta de introduzir a camisa vermelha revoltou a direita. Houve até
deputado e senador que propuseram uma CPI para barrar a ideia da direção da
CBF. Para Galvão Bueno e caterva, ela não pode ter lugar na seleção, pois
será um crime contra a sua tradição e história. Dizem que a identidade nacional
deve ser preservada. Naturalmente, eles acreditam que a absorção da
camiseta amarela pelos bolsonaristas agressivos e criminosos do 8 de janeiro
também faria parte da tradição.
Contrariando a versão deles, a seleção brasileira já utilizou a camisa vermelha
em ocasiões passadas, como em 1917 e 1936. Esses episódios históricos
demonstram que, embora rara, a presença do vermelho na vestimenta da
seleção não é inédita.
Do outro lado, o vermelho foi adotado, por exemplo, pelo pacifista indiano
Mahatma Gandhi, como bandeira contra a violência. E também foi utilizado na
luta contra a tirania por Giuseppe Garibaldi, herói da Unificação Italiana e da
Guerra dos Farrapos.
O que verdadeiramente deve importar, para todos os brasileiros, não é a cor da
camisa, seja ela amarela, azul, branca ou vermelha, mas a força, torcida, garra,
para que a seleção mostre empenho e o futebol que já nos deu tanto orgulho.
