Me perdi pelas curvas do caminho em minha nova jornada de abandonar as vírgulas. Ponto sim ponto não sem vírgulas para uma boa reflexão.
Toco o carro de boi. Vou em frente em marcha lenta sem ligar para a lente refletida em meu para-brisas.
Parece loucura. Essa procura desenfreada pode não dar em nada.
Sei que o caminho mais curto é a reta. Frases diretas permitem fugir da vírgula. Frases invertidas exigem a danada. Vou direto ao ponto.
Nosso desafio é escrever sem usar vírgulas.
A jornada é como uma estrada cheia de curvas. Me inspiro na minha caminhada diária de cinco quilômetros com minha mulher Ernesta pela estrada Admeleto Gasparini.
Cheia de curvas e separada pela linha amarela que delimita as duas mãos de direção.
Tem muitas subidas e descidas. Um amigo meu diz que são subidas “ingredes” íngremes. O que realmente chama a atenção são as curvas. A cada vírgula da estrada se descortina uma nova paisagem. Árvores diferentes copadas ou floridas. Montanhas ao fundo tornam o panorama diferente a cada olhadela. Sem monotonia.
Quando bate o cansaço é só parar para respirar um pouco. Olhar para o verde deslumbrante e seguir viagem.
Olho para a curva e vejo vírgula. Corro para superá-las. Logo encontro outra pela frente. E vou fugindo da vírgula até encontrar meu destino.