Este ano, com ou sem a anuência do mestre de cerimônias corona, teremos Natal em 25 de dezembro. Não vai ser uma pandemia a acabar com uma festa que dura mais de dois mil anos. Ainda que Papai Noel só possa participar remotamente do evento.
Com essa informação, minha intenção é avisá-los de que, nos próximos dias, a Igreja Católica vai começar outra vez a repetir a ladainha de sempre, para tentar nos impingir culpa por sermos materialistas:
… o Homem está abandonando o verdadeiro sentido do nascimento de Cristo… o Natal é cada vez mais uma festa para o consumo e não para a meditação… a cada ano fica mais distante o reconhecimento do amor daquele que veio ao mundo para nos redimir… o materialismo blá-blá-blá…
Pois, antes que eles recomecem, faço aqui uma declaração de princípios, que, espero, possa aplacar a sensação de abandono por que passa a fé cristã:
Eu nunca mudei, nunca traí minhas origens! Desde meus primeiros dezembros, desde que Papai Noel, ainda em sua roupagem mítica, transformou-me aos sete anos num bípede capaz de equilibrar-se sobre duas rodas – se não ficou claro, foi quando ganhei minha primeira bicicleta! – o Natal significa a mesma coisa: uma festa de presentes, de castanhas, nozes, espumante, visita às tias, rabanada e, claro, algumas bebedeiras memoráveis.
Nunca passou disso! Nunca me flagrei abandonando, ainda que de maneira fugaz, meu profano espírito materialista e consumidor. Ou seja: nunca agendei qualquer sentido religioso à data.
Não que isso tenha a ver com meu histórico anticlericalismo. Que não é tão histórico assim, posto que aos oito anos de idade dediquei meu coração a Cristo, vestido como um rotundo (por causa de caxumba dupla) franciscano – tal qual uma miniatura de hipopótamo – na cerimônia de primeira comunhão.
Pois mesmo nessa época as lembranças que trago do Natal são puramente comerciais – além, é claro, do cheiro marcante do pinheirinho enfeitado, das cascas de noz, avelã e castanha quebradas a golpes de martelo de carne e espalhadas pelo chão e do sorvete de nata misturado a frutas cristalizadas depois do almoço.
Não é, pois, meu materialismo dialético que enodoa minha possível visão espiritual da data. Antes mesmo de virar materialista-dialético, eu não conseguia transcendentalizar o Natal para além da visão de uma arvorezinha com luzes que acendiam e apagavam, acendiam e apagavam, iluminando feericamente os presentes a que os bons meninos, como eu, faziam jus.
Quer dizer: mesmo quando eu assumia como verdadeiros alguns sacramentos católicos – como o batismo, a crisma e a comunhão – a Natividade tinha para mim o mesmo sentido que tem hoje, quando me declaro ateu de carteirinha.
Portanto, dona Igreja, se alguma coisa mudou de alguns Natais para cá, certamente não fui eu.
Hahaiiii…, certamente festeiro!
Mesmo assim, o natal sempre nos trás lembranças de família, de amigos e porque não de fé.
Mesmo aos ateus, e principalmente à eles, dedico minhas orações.
Feliz natal! Feliz espirito natalino, ou seja, feliz reflexões, feliz vibrações de paz.
Hahaiiii…, certamente festeiro!
Mesmo assim, o natal sempre nos traz lembranças de família, de amigos e porque não de fé.
Mesmo aos ateus, e principalmente à eles, dedico minhas orações.
Feliz natal! Feliz espirito natalino, ou seja, feliz reflexões, feliz vibrações de paz.
Nem batizado sou. Vivi várias experiências da ação divina e curto o mistério cristão. Creio que o conhecimento técnico e científico não é antitético ao desenvolvimento espiritual e religioso, sendo ambos complementares na formação integral do ser humano.