Tenho uma gata, chamada Samantha. Bem… Acho que é uma gata…
Nossa história começou, quando ela me seguiu pela rua. Deu a volta no quarteirão comigo, até a frente da minha casa.
Sem saber se tinha tutor, peguei no colo e levei para dentro de casa. Tirei foto e coloquei no grupo da quadra.
Dois dias depois, um vizinho a identificou: ela tinha casa, mas vivia na rua, porque a tutora estava viajando.
Levei de volta até a casa dela. Meia hora depois, a Samantha estava em cima do telhado, miando muito, para que a ajudasse a descer.
Ela ficou comigo por vontade própria, até a tutora voltar, semanas depois. Então, convenci a moça a deixá-la comigo, definitivamente.
“Deixá-la comigo” é modo de dizer. Ao contrário dos meus outros pets, a Samantha prefere ficar passeando nos telhados e na rua. Volta para comer, briga com meu gato Blue, provoca os cachorros, deita na cadeira ao meu lado ou no meu colo e… dorme.
Há um mês, adquiriu um novo hábito: espera eu sair para caminhar, anda no muro com concertina até o portão, pula na rua e me segue.
Quando volto, fica miando no portão, para eu prender os cachorros e a levar para dentro de casa. Se saio de carro, espera na calçada, até eu voltar, mesmo quando demoro horas a fio.
Pensam que é só isso? A Samantha passou a controlar até minhas idas nos vizinhos! Fica miando no portão do vizinho onde eu estou ou parei, até que volte para casa, devidamente escoltada por ela.
Meus filhos disseram que ela é trans: nasceu gata, mas pensa que é cachorra. Será?
Ela late, igual ao gato aqui de casa – eu me recuso a falar ‘meu gato’ – já fez? Então, tem muito o que aprender até receber as chaves da casa!