Afinal, tem grilo ou não tem grilo?
Um grilo entrou em meu quarto dia desses. Passou a noite inteira cantando embaixo da minha cama. Ou grilando!
No começo me incomodou. Depois de um tempo me acostumei e dormi assim mesmo. No dia seguinte, de manhã, ele foi embora. É o preço de morar no mato, no pé de uma floresta.
O grilo é um inseto relacionado ao gafanhoto. possui um aparelho que produz o “canto”, o estridulador, composto por dentículos, similares a cerdas, que ao receberem atrito produzem sons. Um barulho danado.
Por isso, a expressão não tem grilo quer dizer que não tem problema, não tem barulho, que está tudo bem.
Mesmo sem grilo, e sem o barulho infernal das grandes cidades, o interior, como a cidade de Guararema onde moro, tem seus sons característicos. Passarinhos que cantam de dia e de noite, tipo o Urutau (a ave fantasma) e a coruja, cigarras e o chamado som do silêncio.
Mas, o silêncio também tem som e nós podemos ouvi-lo, indicam pesquisadores da Universidade John Hopkins (EUA).
Todos os sons do mundo são formados pelas sete notas musicais.
É a teoria das cordas, uma teoria física que propõe que todas as partículas fundamentais são na verdade cordas vibrantes em diferentes estados de energia. Essas cordas vibrantes correspondem a diferentes notas musicais em uma escala. A teoria das cordas propõe que o universo é governado por leis matemáticas que descrevem a vibração dessas cordas, assim como a música é governada pela vibração das notas musicais, segundo pesquisei.
Ou seja, o Universo tem som. E o OM é o som do universo. Quando cantamos Om é criado um som que vibra com uma frequência de cerca de 432 Hz, que é a frequência do Universo. O que me lembra a música de John Lennon, Acros the Universe: “Salve o nosso divino Guia, Om, Jai Guru Deva, Om. Nada vai mudar meu mundo, Nothing’s gonna change my world”. O trecho da música que produz o som Om é tocado em Lá, A.
A nota musical Lá tem 440 Hz. Por isso, dizemos popularmente que o lá representa o som do Universo e é representada pela primeira letra do alfabeto, o A.
A origem da nomenclatura de A a G é extremamente antiga – remonta à época dos gregos e romanos. Foi deles que nossos vizinhos anglo-saxões herdaram o sistema, que tem ordem diferente da que estamos acostumados: Lá-Si-Dó-Ré-Mi-Fá-Sol sendo que Lá, ou A, era a menor nota da escala musical.
Enfim, não tem grilo. Nada vai mudar meu mundo!
Tô grilado. Que texto profundo. Aprendi muito. Parabéns!
Uau! É muita informação interessante! Mas ouvi dizer que foi Bach quem organizou as notas em escalas cromáticas… Qual a participação dele na Teoria das Cordas? Acho que nem Sheldon Cooper sabe!
Valeu Dorneles.
Valeu Zanfra.