Tende piedade d’Eles, Senhoras! Estão perdidos, sem bússola, GPS ou qualquer espécie de guia! Senhores de engenho no passado, senhores ingênuos hoje em dia; achavam que faziam tão bem, já não sabem se fazem, como fazem, quando fazem. Tende piedade d’Eles, Senhoras!
Meninos de apartamento, jovens de apertamento, homens sem lenço sem documento. A roda girou apressada, apearam senhores de si, nem sabem mais como subir, senhores de nada. Carentes da mão que embalava o berço, o terço, a novena inteira. Tende piedade d’Eles, Senhoras!
Aquela mão amiga, leve, que batia, abanava, soprava, pesa como chumbo. Foi-se o peso dos amos, ao correr dos anos, sob o rigor do ônus, sobrou desânimo e a interrogação. O que fazer agora? O poder mudou de mão, sobrou-Lhes dúvidas e confusão. Tende piedade d’Eles, Senhoras!
Enquanto Eles faziam a guerra, tomaram as rédeas do mundo, aceleraram fundo, deram a volta na Terra. Chegaram ao pódio, divas, belas, altivas, com amor, sem ódio. A carne, antes trêmula e fraca, agora é forte, fria e seca; e Vocês estão por cima dela. Tende piedade d’Eles, Senhoras!