A Medicina evoluiu tanto que, hoje, há máquinas para adivinhar até o que sonhamos durante o sono. A maioria encaro de boa. Até o advento das IAs, só uma me apavorava: a de ressonância magnética.
As máquinas de exames por imagem são avanços de mais de três quartos de século. Ainda assim, a de ressonância magnética, para mim, é uma tortura. O barulho, o aprisionamento num tubo que “fala”, tudo nela me causa pânico.
Em dez anos, fiz só duas, da coluna.
Ouço muita gente dizendo que encara numa boa e inclusive que dormiram, durante o exame. Até um garoto de 7 anos contou ter dormido!!! E eu, passando vergonha…
Daí, soube que a Medicina também descobriu a saida para medrosas como eu: a anestesia geral. Como o médico exigiu uma ressonância, me dei o direito de exigir a anestesia.
Como não pensei nisso antes? É, simplesmente, fantástico: você se acomoda na máquina e, quando acorda, já está numa sala de repouso, comodamente deitada, esperando para se levantar, quando passar a tontura da anestesia. Simples assim!
Três quartos de século para que a ressonância magnética chegasse a todos, só trazendo benefícios. Costumo brincar que é uma máquina inventada para torturar judeus, durante a II Guerra Mundial. Na verdade, um dos seus inventores, o suíço Felix Bloch era judeu e o outro Edward Purcell, estadunidense. Em 1952, ambos dividiram o Prêmio Nobel de Física pela descoberta dessa técnica de imagem.
Penso com frequência quanto tempo vai demorar para descobrirem uma “cura” contra as maldades causadas pelo uso das IAs por gente sem escrúpulos? Não sei. Só o que sei é que não mais estarei por aqui para ver o resultado dessa evolução que, no momento, parece ser muito propícia para uma humanidade tão desprovida de valores humanos…
Também já dormi fazendo ressonância magnética! E só defendo a anestesia – apenas local – para fazer uma limpeza dentária!