Daqui a alguns dias chega o Natal. Só agora em dezembro é que eu comecei a sentir que as festas de fim de ano estão chegando. Eu me lembro, quando era garoto, que a gente começava a ouvir a harpa do Luiz Bordon em todos os cantos já no começo de novembro. Eu adorava ouvi-lo e sentia aqueles acordes nos envolverem com uma legítima atmosfera natalina. Acho que o Bordon tinha uns quinze dedos em cada mão, pra tocar o “Hoje a noite é bela” daquele jeito!
Hoje, não sei… parece que perdemos alguma coisa de mágico que havia antigamente. Meu… já estamos no fim de dezembro e eu ainda nem ouvi a Simone cantando “Então é Natal”! O que é uma sorte, porque quer me deixar deprê é ouvi-la cantando aquele plágio do John Lennon.
Nem mesmo ainda ouvi a cafonice da… “Hoje é um novo dia, de um novo tempo”, musiquinha da Globo que também me dá uma deprê lascada!
Mas, depressões à parte, vem aí o Natal! A despeito de vivermos um tempo de incertezas políticas e econômicas, vamos nos esforçar e nos encher de emoção, otimismo, piedade e, claro, também de panetone, peru, castanhas… e cá entre nós, Natal é algo especial, não é? Porque a gente espera um ano inteiro pra acontecer e, quando acontece, tudo fica especial. Ficamos especiais!
Independentemente de religião, partido político, time que torce ou orientação sexual, a atmosfera fica radiante, há mais luzes, mais músicas, mais alegria… é a época de perdermos a noção em nome do prazer. Prazer em enfeitar uma árvore, em tirar o papel do amigo secreto… aliás, este ano farei um amigo secreto aqui em casa. Como sou apenas eu (meus dois gatos se recusam a participar), tirarei um papel com meu nome e, claro, ficarei na dúvida sobre que presente comprar pra mim mesmo. Acho que vou me dar um abraço… e tá muito bom! Ora essa!
Mas é Natal… época de mandar a dieta pro espaço, perder as medidas e comer de todos os pratos, beber de todas as garrafas enfim, se empanturrar! Mentira? Se for mentira que me atirem a primeira castanha ou, se não for incômodo, me passem a coxa do peru.
Esta é a época em que há um clima de benevolência no ar. Olharemos amigos e inimigos, afetos e desafetos, conhecidos e desconhecidos e, de corpo e alma carregados de compaixão, sinceridade, amor, champanhe, whisky e o que tiver pela frente, exclamaremos numa espécie de ternura etílica: feliz ano, próspero Natal novo, tudibão e… hic! todas aquelas coisas de sempre
“Independentemente de (…) time que torce…”, é certo que os palmeirenses terão um Natal um pouco mais feliz!
E os meus tricolores também… São Paulo, campeão paulista; e Fluminense, por enquanto vice-campeão mundial. Vamos ver dia 22 contra o Manchester…