Categoria Crônicas

Explicitude

Quem recolhia os ingressos na porta do teatro, depositando-os numa caixa comprida com uma janela lateral de vidro, era um homem alto, bonitão, com corpo atlético. Até aí, nada de mais, porque não há um padrão para determinar tamanho, porte…

Jornalista Carlos!

O ano era 1984 e o editor de Política da Folha era Roland Marinho Sierra. Cigarro no canto da boca, muito sério, cara meio fechada, esparramava simpatia e camaradagem durante papos no 308, o boteco que reunia parte da redação,…

Vera, minha prima favorita

Ela é sempre pontual. Me visita todos os anos por esta época. Desta vez, atrasou um pouco. Por conta da neblina, seca, fumaça de incêndios, teve alguns problemas nos voos. O importante é que chegou, alegre, sorridente, faceira como sempre.…

Fé demais não cheira bem

Fé é uma coisa que a gente tem. Ou não. Não é algo que se possa comprar. Não tem em prateleira de supermercado. Não está no catálogo da Amazon. Existe, é certo, o chamado ‘despertar da fé’, mas é uma…

Trânsito maluco! Ou não…

Dirigir no trânsito de São Paulo, em Palmas (TO), ou em qualquer cidade do Brasil, é só para os fortes… ou malucos… Exigir educação ou cumprimento de leis de motoristas acostumados a trafegar em fazendas e chácaras, é perda de…

Uns brancos de memória

Dois trechos de lembranças marcam em mim o dia 31 de agosto de 1994: o primeiro termina com minha presença na agência central dos Correios de Cuiabá, onde tinha ido conferir a chegada (ou não) de um vale postal; o…

Tempus fugit

E de repente é domingo outra vez, e daqui a pouco é quarta-feira, e depois domingo, e depois quarta ou quinta. E estamos em setembro, e agora há pouco era mês de seu aniversário, abril, e daqui a pouco chegamos…

Licença para matar

Meu pai nunca dirigiu, nunca tivemos um carro da família, no máximo uma charrete e um cavalo, quando morávamos na roça. Talvez por isso eu nunca tenha sido um aficionado por motores, corrida, velocidade, essas coisas. Sempre encarei o automóvel…

Escolher como morrer

No filme ‘Soylent Green’ – uma distopia de 1973 dirigida por Richard Fleischer, cujo título em português era ‘No ano de 2020’ – o personagem de Edward G. Robinson, Sol Roth, desacreditado da vida, resolve morrer em paz. Procura então…

Porque não me ufano mais

Na recém-encerrada Copa América, torci sem nenhum pudor para o time da Colômbia. Me impressionou o espírito de luta de uma seleção em tese mais fraca, a jogar de igual para igual contra os poderosos Brasil, Uruguai e Argentina. Confesso…

Quem não tem cão…

Se os diletos leitores viram filmes de Lassie e Rintintin, como eu, sabem que os cães são seres admiráveis. Destemidos, corajosos, solidários, amorosos, fiéis, parceiros… Amam incondicionalmente. Não hesitam antes de colocar a própria vida em risco para nos proteger…

Era do gelo

A moça do tempo falou em massa de ar polar em Florianópolis, e eu acho que a tal massa foi acompanhando meus passos, presa em volta do meu corpo, nos quarenta minutos que durou minha caminhada até a farmácia do…