Alice no País dos Desvarios

Onde impera a Rainha Vermelha, tudo é possível. De repente, Alice, que nem é tão boazinha assim, vira a vítima do asqueroso ​Bandersnatch, o feio e fedido, pouco conhecido, mas causador de enormes malefícios para todo o reino. (Nada a ver com o game nem com o filme; é só um dos personagens da Alice no País das Maravilhas, escrito por Lewis Carroll).

Questionado por sua incompetência e maldade, diante de um tribunal nada imparcial, Bandersnatch é instado a deixar o cargo de apoiador das loucuras da Rainha Vermelha. Em vez disso, pede arrego ao Rei de Copas que não manda nada, e sai por aí, falando as asneiras de sempre. Pior: em meio a tantos que pediram sua renúncia e o atacaram pela incompetência, escolhe Alice como vítima principal.

Só que Alice, no País dos Desvarios, nada tem de afável. Enquanto o asqueroso usa robôs e o gabinete do ódio, para atacá-la, ela usa a mídia e o Conselho dos Legisladores, para se defender.

Em meio a tudo isso, uma peste assola o Reino, arrasando as terras e matando as pessoas, indiscriminadamente, sem dó. A vacina existe, mas não chega a todos. E os Legisladores, que poderiam acabar com a peste, só discutem a defesa de Alice, a derrubada do Bandersnatch e de outros maléficos indivíduos da Rainha Vermelha. 

Usando seu poder, a Rainha negocia cargos, benesses e outras “bondades” com os legisladores, para se manter a salvo dos ataques e dos canhões que poderiam expulsá-la do palácio. O apoio de 30% dos súditos e o dinheiro do Tesouro Real, distribuído aos aliados, a torna firme, forte e invencível no cargo. Nada impede sua jornada de destruição de tudo e de todos que se colocam no seu caminho.

Sozinha, Alice não conseguirá mudar a situação, mas, como certeza, derrubará o asqueroso Bandersnatch. Será uma queda tão grande, que ele nunca mais conseguirá se levantar. E assim foi.

Quanto à Rainha Vermelha, continuará destruindo e matando, sem dó, com o aval de boa parte dos legisladores e das instituições que deveriam – mas nada fazem – manter a paz e a ordem no reino.

(Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência… Será???)

Célia Bretas Tahan

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *