Sei que vou mexer num vespeiro, mas vá lá: minha dúvida é se existia antigamente esse papo de tráfico de influência, clientelismo, favorecimento, mamatas etc.
O antigamente a que me refiro não é antes de Cristo ou depois de Cristo… Mas o durante.
Minha dúvida tem uma razão simples: quem eram os 12 Apóstolos? De onde surgiram, como foram escolhidos – concurso público, indicação, teste vocacional – e por que foram premiados com a eternidade, se, para os outros santos do calendário católico, é uma recompensa que demanda uma batalha muito árdua para ser conquistada?
É só acompanhar a hagiografia. Todos os santos são sofredores, mártires, com uma vida de privações e provações… e, depois de mortos, ainda têm de provar que são capazes de promover uns dois milagres. Não é fácil ser santo. Quem acompanhou a campanha pela santificação de Madre Paulina, em Santa Catarina, sabe o quanto a luta foi dura.
Mas, e os outros?
Que credenciais tinha Pedro para ascender à santidade ao final do ‘mandato’ do chefe, como quem recebe uma secretaria de governo por ter ajudado na campanha eleitoral? E, ainda, com cargo de chefia, no Setor de Portaria e Protocolo…
E os outros: São João, São Marcos, São Mateus, São Judas… todos eles foram mártires, sofredores, viveram em privações e provações? Ou, tal qual como hoje, ocuparam cargos de confiança com promessa de efetivação sem concurso público, além de assinarem coautoria naquele livrão best seller que é uma coletânea de textos de vários autores?
Se eles fossem da esquerda ou tivessem currículo, em vez de folha corrida, já teria um pessoal enrolado na bandeira e com a camisa da seleção pedindo CPI…
Sensacional sua análise! Tá certo que em compartilhando, certamente serei queimada pelas línguas felinas e de víboras santas aqui de meu Cerrado. Mas vou arriscar!
Vai com fé!